quinta-feira, 20 de novembro de 2008

18

- Adoro fuder com eles, apesar de suportar cada odor que me embrulha o estômago. Uma força bruta é capaz de lapidar belas pedras. Hannah concluía, mas continuava.
- Eu devia ter dezessete anos. Morava em república, mas eram mais de cinco num ap minúsculo. Uma das meninas era lésbica e me masturbava quando eu dormia. Quando enchia a cara eu desmaiava e ela toda vez me levava pro carro. Me lambia. Até que a Sandra, uma delas, seguiu-a numa noite de porre. Pegou. No outro dia eu conversei com ela. Nunca mais vi a moça.
Tomaram mais uma dose daquele conhaque. Suspenderam os lençóis e tentaram espantar o frio da madrugada. O som tocava baixo. A televisão brilhava imagens naquele quarto escuro. E ninguém precisa mudar muito as coisas desse mundo. Afinal, nada está livre de ser modificado.
Um quadro estava fora do esquadro. Uma caneca estava suja. Calcinhas, úmidas. Uma pasta de dente. Chinelos hawaiiana. Tudo ligeiramente fora de seus lugares.
Enquanto isso na TV, muda, passava o filme: Vampyros Lesbos.

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