quinta-feira, 20 de novembro de 2008

07

- Por causa de Lia. (Bárbara)
- Da filha... (Hannah)
- Minha filha. Não posso ser egoísta. (concluiu Bárbara)
Na mesa da sala matavam o conhaque. Hannah secava a boca no último gole e desconversava sobre Sartre. Foram dormir mais tarde. Elas só queriam amanhã não lembrar de mais nada. Bárbara jogava tudo fora, no lixo. Garantindo o esquecimento. Colhendo as bingas espalhadas no chão. Guardando garrafas. Lavava os copos. Foi se deitar um pouco mais tarde. Enquanto Lia desaparecia nas almofadas da sala.


Por onde começa? No final que termina. Não tenha pressa. Evangelho da missa. As pessoas pensavam (como?). Ninguém entendia o certo. O brilho voltava como um ácido. Esquecia de tudo. Costurando os dias de fato. Para falar besteira, prefiro ficar quieto. A métrica não é tão importante. A máquina, repetia: a máquina. A fábrica, de manhã: a fábrica.

A luz refletia as cores. A sombra de um espelho d’água fazia o contraste. Sem defesa, com toda força ele reagia. “Depois de quantos dias o sol voltará a nascer?” Fazia um tempo frio, o vento tinha preguiça, as folhas nem secas sobraram. Os galhos realçavam a grama ressecada. Ele faz trinta anos amanhã. O sol tem preguiça. Todas as luzes e todas as cores estão fracas. Passaram dias. Belmiro Miranda lia a sorte em todas as esquinas da cidade. E que cidade? Caramba, não se entende nada. ‘lhufas.

Nenhum comentário: