quinta-feira, 20 de novembro de 2008

06

Na estrada extrapolavam na velocidade. Suzi ouvia o disco Hunkie Dory no talo do (volume do) toca-fitas do carro. O vento mexia com os cabelos desenrolados no ar movimentado da estrada. O cara era Zarro. Praticamente pelado. De camisa e de calças arriadas. Suzi o masturbava enquanto folgava algumas marchas no câmbio... do carro. Um posto de gasolina se aproximava. Encheram o tanque e aquela ocasião foi até oportuna. Ela perguntava para aquele frentista assustado:
- Nunca viu um homem pelado?


Chegaram a um hotel empoeirado naquele quase deserto. Jogaram umas bolsas para o alto. Afagaram a cama. Cansados. A moça foi rápido e colocou os calçados no surdo-mudo, parado no quarto. O cara deitou, na expectativa ouviu gotejado chuveiro. Suzi cantarolava Manu Chao. Sonolento viu um embaço. Que moça macia esfregava-lhe as carnes. Sem mais o que pedir... Zarro comeu: nunca mais se esqueceu que às moças finas não se pede – lambe-se o prato.


A cidade era cinza como todas eram também naquela época. Tinha praça e biblioteca. Os velhos sentavam ali todos os dias, enquanto as crianças se divertiam com os livros e os jornais. A escola era perto e com atendimento médico. Nem precisa de apelo de marketing e estúpido. Quase um gêmeo milênio. Naquela época as cidades cresciam em solo fértil. O dinheiro transitava na mão dos outros, de todo mundo. Por aí passaram algumas pessoas. Carros estressados buzinavam perturbando transeuntes. Ninguém pescava ali. As lojas pouco vendiam e nas lanchonetes os mosquitos polvilhavam. Foi na hora do rush.

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