quinta-feira, 20 de novembro de 2008

15

O dia era um daqueles dias cinza. O ar estava saturado. Desabaria um temporal a qualquer momento. As árvores cuspiam folhas num outono inconveniente. A livraria abria a porta. Depois do almoço, meio-dia. Hannah entrou e conferiu alguns números, confiscou uns clássicos franceses. Levou na bolsa Rimbaud, Mallarmé, Victor Hugo e Moliere. Comprou o noticiário local. Para ela, dizia “dinheiro deve ser bem gasto”.
Saindo dali, pegou uns trocados miúdos, juntou-os – comprou cigarros. Quando saiu do boteco parou um Corcel empoeirado com o volume máximo. Os lenços nos ombros, tamancos estalados no chão – despontava Suzi, impacientemente banheiro adentra.
Percebeu a determinação da moça ‘on the road’, sem saber aonde ir. Com a vontade de um retoque, de um pó. Só dirigia trincada e disso Hannah nem sabia. Dinheiro, pensava ela, com os livros do lado, guardados, deve ser bem gasto.

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