quinta-feira, 20 de novembro de 2008

09

Bárbara não estava sozinha, como não estaria jamais. Sua filha olhava por ti. Velou seu sono por muito tempo. Até morrer. Apagava as luzes a noite. De noite as duas sonhavam... Juntas.
Foi quando ficaram felizes. Hannah ganhou um amigo. Suposto namorado, três anos mais velho. Um pouco calvo e barbeado. Falava da vida. Pragmático. Admirava bons vinhos e bebia. Fumava charutos e detestava Shopenhauer. Achava-o antipático. “Heresia”, pensava, Hannah, baixo.
Os olhos daquela menina brilhavam. Eram os de Hannah. Depois que o safado roubara-lhe um beijo na noite passada. Contava a moça sem fôlego. Atrapalhada. Não sabia se desistia ou se inventava. Se sorria ou se esperava. O amor é tão imperceptível como uma flor quando nasce; de repente floresce: está ali.

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